Com atuação voltada ao apoio institucional e técnico, a Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh) participou da I Conferência Regional de Políticas Públicas para as Mulheres, promovida pela Secretaria Municipal da Mulher (Semup), nesta quarta-feira, 25. A Seirdh esteve presente nas discussões do Eixo 7 – Direitos das Mulheres Trans e Travestis, coordenado pela representante da Associação de Travestis e Transexuais do Tocantins (Atrato), Wanda Citó.
Representando a Seirdh, a secretária-executiva Marieni Wieczorek acompanhou os debates do eixo, reforçando o compromisso da gestão municipal com políticas públicas interseccionais, que reconhecem as vulnerabilidades enfrentadas por essa comunidade. “Temos atuado de forma firme para garantir que as políticas públicas também contemplem a realidade das mulheres trans e travestis. Estar neste espaço, dialogando com gestoras, lideranças sociais e mulheres de diferentes contextos, é fundamental para avançarmos coletivamente na promoção dos direitos humanos”, afirmou.
Protagonismo Trans
Únicas mulheres trans presentes na conferência, Wanda Citó e Ágata Arinaie contribuíram para a formulação de cinco propostas com foco em saúde, segurança, educação, empregabilidade e mobilidade urbana da população trans.
Wanda ressaltou a importância da criação do eixo e o simbolismo da sua presença em um território ainda marcado pelo conservadorismo. “Ainda me entristece pensar que é necessário separar um eixo específico para pensar o direito dessas mulheres, quando nossas demandas poderiam atravessar todos os outros eixos. Mas aqui, neste território, discutir e mostrar que nós existimos ainda é necessário”, afirmou.
A secretária municipal da Mulher, Solange Duailibe, destacou que a criação de um eixo voltado às mulheres trans é uma resposta à urgência social e à necessidade de visibilidade dessa população nas políticas públicas. “Nós precisamos reconhecer que essas mulheres existem e que precisam de políticas específicas. Criar esse eixo é uma forma de dar visibilidade e reafirmar nosso compromisso com todas as mulheres”, pontuou.
A secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Ministério das Mulheres, Estela Bezerra, parabenizou a iniciativa. “A população trans vive uma realidade de violência agravada e marcada por requintes de crueldade. Pautar esse tema numa conferência como essa é um avanço civilizatório”, destacou.
Propostas
Entre as propostas construídas pelo grupo estão: capacitação de profissionais do SUS para atendimento qualificado à população trans; criação de espaços seguros nas escolas públicas e privadas; ações afirmativas para empregabilidade de mulheres trans; criação de uma delegacia especializada; e a formulação de políticas de segurança e mobilidade urbana voltadas a mulheres trans em situação de vulnerabilidade.
Texto: Kaio Costa
Edição: Iara Cruz
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