Segundo Miguel, o estabelecimento recebe cerca de 80 pessoas por dia, conta com seis funcionários, 12 freezers, uma barbearia e realiza eventos como truco às terças-feiras e feijoada aos sábados. Tudo sem permitir a entrada feminina desde sua criação. Bem, quase sem presença, as suas únicas exceções são suas duas cozinheiras responsáveis pelo almoço de sábado, como uma empresa a parte.
Fundado em 2022, o bar começou sem inauguração formal ou fachada, como uma simples reunião entre amigos. Aos poucos, a venda de cervejas e espetos cresceu, e Miguel ampliou a equipe para atender à demanda. O nome do espaço homenageia seu apelido, e sua criação foi motivada por um desejo de criar laços, especialmente após a morte de sua mãe em 2011, quando ele tinha 19 anos. Apesar de sua forma peculiar de comércio, o estabelecimento possui um Instagram @oferruge.
A decisão de proibir mulheres no espaço gerou críticas, sobretudo de influencers locais, que apontam para uma segregação de gênero. Apesar disso, Miguel defende que a restrição não tem caráter preconceituoso, mas é uma forma de preservar o ambiente como ele deseja. “Meu bar, minha vida. Não tem coisa mais linda do que meu bar. Eu faço é amar, meus clientes são meus amigos, e meus funcionários são minha família”, declarou o proprietário.
Sem se abalar pelas críticas, o Bar do Ferruge permanece fiel ao seu conceito, dividindo opiniões na cidade. Para alguns, é um espaço legítimo de convivência masculina que reflete a liberdade do proprietário em organizar seu negócio como quiser. Para outros, é um exemplo de exclusão que perpetua desigualdades e preconceitos. Mesmo com a polêmica, o bar continua atraindo frequentadores e se consolidando como um ponto de encontro único, onde o dono busca não apenas oferecer serviços, mas criar um espaço que considera uma extensão de sua própria casa e vida.
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