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Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins atua na preservação do patrimônio brasileiro apoiando festividades quilombolas

Calendário dos eventos quilombolas inclui Festa da Rapadura, Festa Cultural Raízes, Quiolimpíadas e Festa da Colheita do Capim Dourado

17/07/2023 às 18h38
Por: Central de Notícias Fonte: Governo do Tocantins
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Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins atua na preservação do patrimônio brasileiro apoiando festividades quilombolas

O calendário de eventos dos quilombolas do Tocantins é marcado por festividades que celebram e divulgam a cultura e história desse povo tradicional, como a 9ª Festa da Rapadura acompanhada pela Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot), no Quilombo do Prata, em São Félix do Tocantins, nesse final de semana.

“A Festa que ocorre no quilombo é um patrimônio deste Estado”, explicou a diretora de Proteção aos Quilombolas da Sepot, Ana Mumbuca, conforme garantido pela Constituição Federal quando tombou todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos como patrimônios culturais brasileiros (Art. 216.).

“A participação da Secretaria foi uma forma de preservar, cuidar, montar acervo desse patrimônio. Não só as expressões das pessoas, mas os próprios quilombolas são um bem para este Estado. O Tocantins saiu na frente quando constituiu esse espaço de cuidado da cultura e das expressões desse grupo, para que as futuras gerações também percebam que somos um bem cultural do Brasil e esse bem precisa ser protegido”, destacou a diretora Ana Mumbuca.

O objetivo da Festa da Rapadura é manter a tradição e os saberes da comunidade, informou a presidente da Associação Comunitária Quilombola dos Extrativistas Artesãos e Pequenos Produtores do Povoado do Prata, Luzia Passos Ribeiro. 

Passo a passo até a “rapadura tá no jeito”

Conhecido como Doutor pela comunidade, Salomão Rodrigues de Souza, abriu as portas da sua casa para compartilhar o processo de produção da rapadura. Unindo a vitalidade e experiência dos seus 97 anos, o Doutor enfrenta o calor da matéria-prima pitando enquanto repassa seus conhecimentos aos visitantes.

A garapa é colocada no tacho para ferver, “aí com a escumadeira, que é de cabaça, a gente queima a garapa para tirar o sujinho da cana, ela vai fervendo e a gente vai tirando. Então se fura ela para não derramar, vai batendo e batendo com a escumadeira emborcada para ela não subir até ela parar.” A garapa começa a abaixar quando ferve, é o “que a gente chama pitando. Quando ela estiver bem baixa, a gente roda, roda, até quando estiver grossa”.

Depois ela é colocada em uma gamela, “com um pedaço de tábua [semelhante a uma grande espátula] e vai batendo e rodando. Deixa parada um pouco para esfriar e torna a bater”.

Em seguida, quando está grosso, o produto é colocado em uma grade de madeira, até que cada compartimento seja preenchido. Após 20 a 25 minutos, quando já endureceu, as divisões que compõem a grade são removidas para a matéria-prima esfriar. “Na hora que ela esfriou, a gente tira, coloca numa vasilha para ali e tá no jeito, a rapadura tá pronta”.

Presenciando de perto o passo a passo, a diretora Ana Mumbuca refletiu como “a festa representa um momento simbólico de apresentação para a comunidade e visitantes da produtividade a partir da cana. Ela é um elemento muito importante para a alimentação da comunidade. É uma oportunidade de, junto com a produtividade, trazer outras expressões culturais, de interagir e gerar renda”.

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