Governo do Maranhão realiza primeiro mutirão de cateterismo do Hospital da Região Tocantina

No último 24 de dezembro, um dia depois de ter sido inaugurado pelo Governo do Estado, o Hospital de Referência Estadual de Alta Complexidade da Região Tocantina (HRT) realizou o mutirão de cateterismo em Imperatriz (MA). O novo Hospital da Região Tocantina tem sido reconhecido por prestar à população um serviço resolutivo. Além do mutirão de cateterismo, já foram realizados procedimentos como de arteriografia, ecocardiograma e raio-x.

A abertura do serviço representa um avanço histórico para a Região Tocantina, que passa a contar com procedimentos de alta complexidade antes indisponíveis localmente. Até então, diagnósticos e intervenções cardiológicas exigiam deslocamentos para outros estados ou para a capital São Luís.

Durante a inauguração da unidade, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, destacou que o início do mutirão simboliza o encerramento de uma longa espera da população por atendimento especializado próximo de casa. “Durante muitos anos, quem precisava fazer um cateterismo tinha que sair da região. A partir de agora, esse problema acaba. Imperatriz passa a ser tratada como cidade grande, com um hospital de alta complexidade, profissionais capacitados e equipamentos modernos para garantir diagnóstico e tratamento aqui mesmo”, pontuou o governador.

Presente na inauguração da unidade, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a parceria entre o Governo Federal e o Governo do Maranhão para garantir o funcionamento da unidade. “Nós estamos aqui reafirmando essa parceria. Com a abertura do hospital, o Ministério da Saúde publica uma portaria que assegura recursos para a média e alta complexidade, com um aporte inicial de 40 milhões de reais no primeiro mês de funcionamento. Esses valores podem aumentar conforme os procedimentos, as internações e as cirurgias forem acontecendo”, explicou Padilha, ao destacar o suporte financeiro federal para a manutenção dos serviços.

HRT

Na cardiologia adulta, o HRT tem como meta realizar 42 cirurgias por mês. A estrutura de hemodinâmica foi dimensionada para cerca de 230 procedimentos mensais, incluindo cateterismo cardíaco e angioplastias vasculares. Na área diagnóstica, a previsão supera 500 exames mensais em cardiologia, como ecocardiografias, ecodoppler, Holter 24 horas, eletrocardiogramas e MAPA, fortalecendo a linha de cuidado desde a investigação até a definição terapêutica.

Além da cardiologia, o hospital foi planejado para atuar de forma ampla na alta complexidade. Com capacidade estimada de aproximadamente 39.033 atendimentos mensais. A unidade dispõe de 153 leitos, sendo 33 de UTI, distribuídos em alas adultas e pediátrica, além de sete salas cirúrgicas e oito salas de recuperação pós-anestésica. O HRT contará também com ambulatórios especializados para adultos e crianças, abrangendo áreas como cirurgia geral, neurocirurgia, cirurgia de cabeça e pescoço, gastrenterologia, proctologia, bucomaxilofacial e radiologia intervencionista, além de serviços completos de apoio diagnóstico, como tomografia, ressonância, angiotomografia e exames laboratoriais.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, a implantação do HRT muda de forma concreta a realidade da população da Região Tocantina. “Por muito tempo, precisar de atendimento cardíaco ou de procedimentos de alta complexidade significava deixar a família, enfrentar longas viagens e percorrer centenas de quilômetros até a capital ou outros estados. Essa era a realidade de quem vivia aqui. Agora, essa lógica muda. O atendimento passa a acontecer mais perto de casa, com estrutura adequada e segurança para a população”, pontuou o Tiago Fernandes.

Assistência garantida

Entre as pessoas acolhidas pelo HRT está Raimunda Castro, de 70 anos, moradora de Imperatriz, que convive há mais de um ano com dores no peito e no braço, sintomas que se intensificaram nos últimos meses. “Eu estou muito feliz por essa oportunidade. Nunca consegui fazer esse exame antes, não tinha condição. Agora vou poder investigar, tratar e, se Deus quiser, ficar boa de novo”, relatou dona Raimunda.

Luzia Alves Brito Bezerra, de 73 anos, foi transferida do Hospital Macrorregional Dra. Ruth Noleto para o HRT. Na ocasião, apresentava quadro de dispneia, dor epigástrica intermitente, insuficiência cardíaca e suspeita de doença coronariana. Para o agricultor autônomo José Francisco de Brito, de 49 anos, filho de dona Luzia, a chegada ao HRT representou mais segurança e esperança para a família. “Para nós, foi muito importante. Aqui, ela vai receber um tratamento adequado, com profissionais preparados e uma estrutura que a gente não tinha acesso antes”, disse.

Cateterismo

Cateterismo é um procedimento médico que usa um cateter (tubo fino e flexível) inserido em um vaso sanguíneo (geralmente no punho ou virilha) para chegar ao coração, diagnosticando e tratando problemas como obstruções nas artérias coronárias, avaliando o funcionamento cardíaco, a pressão, as válvulas e até corrigindo defeitos, sendo um exame invasivo, mas seguro, com anestesia local e sedação, permitindo visualização detalhada com contraste e, muitas vezes, o tratamento imediato, como angioplastia.