O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) divulgou, nesta sexta-feira (28), o estudo “Manguezais da Ilha do Maranhão: Dinâmicas e Serviços Ecossistêmicos”, que reúne um amplo conjunto de análises sobre a importância ambiental, social e econômica dos manguezais da região. A publicação busca sensibilizar gestores públicos, sociedade civil e comunidade acadêmica para a urgência de preservar esses ecossistemas, ameaçados pela urbanização desordenada, pela poluição e pelas mudanças climáticas.
O estudo presta homenagem ao geógrafo Janderson Rocha (in memoriam), reconhecido por sua contribuição essencial no início dos trabalhos. A dedicatória reforça o compromisso do Imesc com a produção científica e com a preservação ambiental como legado às futuras gerações.
Organizado em seis eixos temáticos, o estudo apresenta inicialmente o contexto ecológico e legal dos manguezais, detalhando sua formação geográfica e biológica no Golfão Maranhense - um dos maiores complexos estuarinos do país, influenciado por macromarés de até 7 metros. O documento também revisa a legislação que protege esses ambientes, com destaque para o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), que classifica os manguezais como Áreas de Preservação Permanente (APPs).
A publicação evidencia ainda a relevância da cooperação técnica e científica estabelecida ao longo da pesquisa. Entre as contribuições externas, destaca-se a parceria com Nayara Marques Santos, doutora em Geografia e Pesquisadora colaboradora do Nepa/Ufma e Trópikos/UFRN, cuja atuação foi fundamental para o aprofundamento das análises ecológicas, geomorfológicas e socioambientais apresentadas no estudo. Sua colaboração reforça a importância da integração entre especialistas e instituições voltadas à investigação dos ecossistemas costeiros maranhenses.
O estudo também destaca os principais serviços ecossistêmicos fornecidos pelos manguezais, como pesca, proteção costeira, sequestro de carbono, turismo, educação ambiental e suporte à biodiversidade. O relatório apresenta projetos em andamento que contribuem para a restauração desses ambientes, entre eles o Cermangue (Ufma), o Movimento Mangue Sem Lixo e o Projeto Carbono Azul Maranhão.
A pesquisa se diferencia por oferecer informações estratégicas para a formulação de políticas públicas e para o planejamento urbano sustentável na Ilha do Maranhão, onde cerca de 70% da população vive em áreas costeiras. O documento evidencia ainda o valor econômico dos manguezais, cujos serviços geram benefícios estimados em milhões de reais por ano, e apresenta resultados positivos, como a estabilidade dos manguezais nas bacias dos rios Tibiri e Santo Antônio e o potencial de geração de até R$ 20 milhões em créditos de carbono até 2030.
O estudo reforça a importância da conservação dos manguezais para a proteção da biodiversidade, o fortalecimento da economia local e o aumento da resiliência climática na Ilha do Maranhão.
O material completo está disponível no site: www.imesc.ma.gov.br