O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) divulgou, nesta sexta-feira (14), o Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão 2023. A publicação apresenta o total de bens e serviços finais produzidos no estado, com detalhamento por setor de atividade econômica. De acordo com o levantamento, a economia maranhense alcançou um montante de R$ 149,2 bilhões em valores correntes, e registrou variação real positiva de 3,6% em relação a 2022. O resultado representa o segundo maior crescimento entre os estados do Nordeste, superando a média regional (2,9%) e a nacional (3,2%). Considerando a população, o PIB per capita foi estimado em R$ 22.020,60.
O desempenho foi impulsionado pelos três grandes setores da economia, com destaque para o setor secundário, que teve alta de 4,2% no nível de atividade. Entre as atividades industriais, o segmento de “eletricidade e gás, água, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação” apresentou expansão expressiva, de 21,9% em comparação a 2022. O setor serviços registrou crescimento de 3,6%, com aumento em seis das sete atividades analisadas. As maiores variações foram observadas nas “atividades imobiliárias”, com alta de 10,3%, e nas atividades “financeiras, de seguros e serviços relacionados”, que cresceram 10,1%. O setor terciário continua sendo o principal motor da economia maranhense, respondendo por mais de 70% do volume de bens e serviços finais produzidos.
O setor primário teve o menor avanço entre os três, com crescimento de 3,3%. Apesar de o IBGE ainda não ter divulgado os resultados completos da Agropecuária em 2023, as pesquisas estruturais que embasam o cálculo do PIB indicam desempenho positivo, especialmente na produção de grãos, que passou de 6,1 milhões de toneladas em 2022 para 6,6 milhões em 2023.
A conjuntura econômica estadual também contribuiu para o resultado. O Maranhão apresentou redução na taxa de desemprego, que chegou a 7,8% em 2023, queda de 1,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao ano anterior, o que representou o menor índice desde 2015. Na comparação interanual, a redução foi de 3,5 p.p., a segunda maior do país. Foram criadas 22.200 vagas de trabalho formal ao longo do ano, com saldo positivo em 11 meses consecutivos, resultado da diferença entre 247.901 admissões e 225.690 desligamentos.
O estado também se destacou no comércio exterior, no qual ocupou o segundo lugar entre os estados nordestinos em volume e valor de exportações acumuladas em 2023, com US$ 5,5 bilhões. A Bahia liderou o ranking, com US$ 11,3 bilhões, seguida por Pernambuco (US$ 2,1 bilhões) e Ceará (US$ 2,0 bilhões).
Outro fator relevante foi o investimento público. Segundo a Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), o Governo do Maranhão aplicou cerca de R$ 1,7 bilhão em 2023. As maiores parcelas foram destinadas às áreas de “urbanismo”, “transporte”, “saneamento” e “judiciário”. A função “urbanismo” concentrou a maior parte dos recursos, somando R$ 867,5 milhões, voltados principalmente para ações de pavimentação de vias urbanas (R$ 44,2 milhões) e implantação e melhoria de prédios e logradouros públicos (R$ 316,6 milhões).
O cálculo do PIB é realizado pelo Imesc, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e segue a metodologia nacional, que possui defasagem de dois anos em razão das pesquisas estruturais utilizadas no processo.
A publicação está disponível para acesso no site do Imesc ( www.imesc.ma.gov.br )