Geral Governo
Maranhão na COP30 - Floresta Viva foi apresentado como iniciativa de geração de renda e cuidado com meio ambiente
Em reunião paralela, governo, Banco do Brasil e Mercuria reforçam parceria e ampliam projetos de desenvolvimento sustentável.
12/11/2025 00h01
Por: Redação Fonte: Secom Maranhão

Nesta terça-feira (11), segundo dia da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o Maranhão esteve presente no centro diplomático da conferência, a Blue Zone, espaço em que ocorrem as negociações oficiais, reuniões multilaterais e plenárias da cúpula de líderes. O estado levou ao debate uma das iniciativas bem-sucedidas na preservação ambiental: o Programa Floresta Viva.

Lançado no ano passado, no município de São Bento (MA), o Floresta Viva Maranhão é atualmente considerado o maior viveiro público do Brasil, com capacidade de produção de 1 milhão de mudas de plantas, beneficiando diretamente 100 famílias e gerando oportunidades econômicas para a comunidade local.

Presente ao painel, o governador Carlos Brandão destacou o programa como política pública para recuperação de áreas degradadas, incentivo à produção sustentável e cuidado com o meio ambiente.

“A nossa participação na COP30 tem sido muito positiva. Estamos apresentando projetos desenvolvidos no Maranhão e que já foram reconhecidos em nível nacional e internacional, garantindo a regularização fundiária e o combate às queimadas. Temos, ainda, este projeto estruturante de recuperação de áreas degradadas, que é o Floresta Viva. Nossos projetos estão sendo muito bem aceitos. Assinamos, também, um novo projeto no valor de US$ 100 milhões com o grupo Mercuria, da Suíça, para que a gente possa continuar gerando desenvolvimento com sustentabilidade”, assinalou Brandão.

A primeira venda de produtos realizada pelo viveiro de São Bento, de 48 mil mudas, resultou em uma receita de 200 mil reais. Os benefícios também já alcançam a cidade de Anajatuba, onde outro viveiro de espécies nativas está em construção, com previsão de produzir aproximadamente 130 mil mudas por ciclo, com foco em espécies nativas da Amazônia. Enquanto isso, estão sendo realizadas reuniões de alinhamento com a comunidade sobre a produção de mudas. O próximo município a ser contemplado será Rosário, que receberá um viveiro público na comunidade quilombola Boa Vista.

Outro resultado do Floresta Viva foram as doações de mais de duas toneladas de sementes e mudas distribuídas aos municípios de Anapurus, Paço do Lumiar, Pastos Bons, Gonçalves Dias, Arari, Barra do Corda e Santa Luzia.

“Esta foi mais uma importante ação do Governo do Maranhão aqui na COP30. A gestão está bem representada com programas práticos e efetivos, mostrando que captamos recursos externos e do governo federal, mas também fazemos investimentos próprios na agenda ambiental. No painel de hoje, apresentamos programas como o Paz no Campo, que está executando a maior ação de regularização fundiária da história do estado, e o Floresta Viva, que está recuperando áreas degradadas ao mesmo tempo que gera emprego e renda para a nossa população”, pontuou Pedro Chagas, secretário de Estado de Meio Ambiente.

Chagas também informou que foram lançados três novos parques ecológicos no Maranhão durante o segundo dia da COP30. “O governador Carlos Brandão aproveitou o segundo dia da COP30 para anunciar os parques estaduais de São Mateus, Pastos Bons e Colinas. Lançamos também o Complexo de Atins”, explicou.

O Floresta Viva é dividido em seis eixos: desenvolvimento sustentável e inclusivo; arrecadação de instrumentos financeiros; incentivo ao crédito rural por preservar e manter a floresta em pé; fortalecimento da prevenção e do combate ao desmatamento, às queimadas e aos incêndios florestais; reflorestamento em áreas degradadas; e fortalecimento da bioeconomia no estado do Maranhão.

Financiamento a produtores rurais

Ainda durante o segundo dia da conferência, o governador Carlos Brandão esteve reunido com líderes do Banco do Brasil (BB) e da empresa Mercuria Energy Group para tratar de novas linhas de financiamento para produtores rurais maranhenses e de investimentos em soluções climáticas e conservação florestal, como a emissão de créditos de carbono, além da execução de projetos de restauração de florestas no estado.

Brandão voltou a destacar que as discussões na COP estão sendo importantes, com o início de novos projetos e o fortalecimento das parcerias já firmadas para São Luís, a Grande Ilha e para os produtores rurais do estado.

“Nós iremos dialogar com os produtores rurais com pendências ambientais para que possamos encontrar uma forma de resolver, junto com a Mercuria e o BB, a fim de que voltem a ser habilitados a financiamentos e a produzir. Já na questão urbana, recebemos a proposta de financiamento de ônibus elétricos, que vai reduzir a emissão de gás carbônico, diminuindo a poluição, além de ser um transporte com mais conforto, segurança, acessibilidade e que gera maior economia”, destacou.

Para José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Governo e Sustentabilidade do Banco do Brasil, a reunião possibilita a ampliação da parceria da instituição financeira com o Governo do Maranhão em projetos de créditos de carbono, regularização fundiária, financiamento para agricultores, mobilidade urbana, entre outras frentes.

“É importante esse momento de discussão acontecer aqui na COP, pois várias ações que estamos tratando têm tudo a ver com a proposta da conferência, como a redução do desmatamento e das emissões no transporte, como estamos apresentando ao Maranhão, a exemplo das linhas de financiamento para ônibus elétricos”, explicou Sasseron.

Durante o encontro, também foram discutidos os próximos passos da parceria firmada em junho deste ano com o grupo Mercuria, por meio do Fundo Silvania, que investirá mais de US$ 100 milhões na recuperação de áreas degradadas e na regularização fundiária no estado.

O diretor de Soluções Climáticas Naturais e Bioenergia da Mercuria no Brasil, Celso Fiori, explicou que estão sendo definidos detalhes de como o projeto será implantado. “Hoje demos mais um passo importante no sentido de fazermos uma transformação ecológica sustentável no Maranhão, focada em produtividade, regularização ambiental e na valorização do produtor, seja ele pequeno, médio ou grande.”

AgriZone

O governador também realizou visita técnica à AgriZone — Casa da Agricultura Sustentável, com representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A AgriZone é um espaço criado dentro da Embrapa do Pará, com vitrines de soluções tecnológicas dedicadas à produção sustentável. Durante a visita, foram apresentadas, in loco, as tecnologias instaladas em campo no estado.